
Prata, uma vila esquecida
Prata. Surgida na área de Bela Vista do Paraíso, no norte do Paraná, nos anos 1930-1940 era um patrimônio, que por ser distante de sua sede foi estabelecendo uma infra-estrutura própria para as coisas do cotidiano: armazém, cartório, farmácia, correio, escola. Fora da área da Companhia de Terras Norte do Paraná, empreendimento britânico senhora das terras cuja sede estava em Londrina, cerca de 50km dalí.

Neue Dantzig, que no ans da guerra virou Cambé era um empreendimento desses britânicos e utilizava dos serviços da Prata, longe 40km para abastecimento e relacionamento com a burocracia e com o mundo. A mata ainda era a senhora, as distâncias longas, as estradas precárias. Para manter o escoamento em direção oeste, Cambé cuidava bem da estrada que a ligava ao patrimônio. Essas benfeitorias fizeram com que as relações foram ficassem cada vez mais estreitas, afinal era uma forma de contornar algumas exigências, formais e informais da companhia colonizadora.
Nos anos 1950 Cambé e Bela Vista do Paraíso acordaram de consultar a comunidade para que ela decidisse a quem queria estar subordinada, Pela maioria dos eleitores, ficou decidido que seria Cambé, que por esse plebiscito ampliou em mais de 40% sua área original. Dai iniciou-se o processo de degradação do Patrimônio da Prata. A nova sede começou absorver os serviços outrora buscados no patrimônio. Nos anos 1960 sua população começou a minguar, e esse êxodo foi agravado após a geada negra de 1975. A substituição da cultura do café pela do trigo e da soja, mecanizados, lançou a pá de cal.
De aproximadamente 3000 habitantes nos anos 1950, hoje restam 13. Todos da mesma família. Por questões de segurança o casario foi posto abaixo. Como quase tudo. Restaram a escola, transformada em pocilga, a capela e entorno, com seus equipamentos coletivos como fornos e barraco de festas, em ruínas e o cemitério, transformado em uma quiçaça no meio do campo de cultivo. E o arruamento, embora desaparecido, é perceptível aos olhos. Logo tudo será esquecimento. E (mono)cultura. Como bactéria no meio.
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