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a música do ópio, paris, sec. 19

no século XIX, devido às ações imperialistas na china e no triangulo dourado, a europa foi abastecida de ópio. em londres, lisboa, bruxelas, paris, ao andar por algumas avenidas, ruas e ruelas podia-se sentir o cheiro acre da droga. opiários funcionavam de maneira legal ou clandestina, para dar apoio aos fumeurs, já que no barato do ópio há a fase do apagamento.

a pira do paraíso artificial já tinha sido visitada pela literatura, como em samuel taylor coleridge (1773-1834), que ao apontar um poema produzido pelas imagens, foi interrompido por uma visita. não conseguiu mais retornar a ele e esse poema psicodélico tornou-se inacabado e famoso: kubla kahn.

temos ainda as viagens em thomas de quincey, contemporâneo de coleridge, que na sua narrativa assumem ares inebriantes, com imagens oníricas e lânguidas narradas na sua obra the confessions of a english opium-eater, traduzido para o português com o título confissões de um comedor de ópio. na frança, baudelaire também dava seus tragos e tinhas seus apagões, influenciado pela oferta do produto e pela literatura de de quincey. a bad vem com jean cocteau, com seu diário da desintoxicação, que ao lado das viagens vem a dor da supressão do consumo.

em 2009, o contratenor francês philippe jarussky, cuja especialidade é o repertório barroco, gravou o album opium. nele, jarussky registrou as composições de massenet, hahn, fauré, le conte de lisle, saint saën, debussy, dentre outros, todos tendo por temática ou inspiração, o ópio.

acompanhado pelo pianista jérôme ducros, o album é uma viagem que te leva à paris do sec. 19, com seus opiários e fumeurs. uma sonoridade urbana que revela o underground da época.

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ouça o album no spotfy

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